Os moradores de Campo Grande (MS) enfrentaram um dia de caos no transporte coletivo nesta quarta-feira (22). Uma paralisação de motoristas, ocorrida nas primeiras horas da manhã em protesto contra o atraso no pagamento de benefícios, culminou em uma retomada gradual e precária do serviço, marcada por ônibus visivelmente superlotados. O cenário de superlotação foi flagrado em vídeo por um cidadão, que registrou um ônibus de transporte coletivo lotado, seguindo uma rua da capital. A voz do passageiro, que se comporta como um repórter cidadão, expressa a indignação popular com a situação: "Aí, gente, os ônibus começaram a rodar em Campo Grande, viu? Tô vendo aqui um ônibus, já passou outro ali por mim também. Creio que já vai estabilizar já os ônibus em Campo Grande já, já começaram a rodar. Os pontos já estão lotados novamente". A narração segue, criticando a precariedade do serviço e a ausência de investimentos públicos: "Infelizmente aí, né, gente, essa situação aí. Cadê você, Prefeita de Campo Grande? Não estou vendo você engastar em obras. Só estou vendo a senhora aí, né, com dinheiro federal, com dinheiro de outras pessoas aí. Então, cadê o dinheiro de Campo Grande, gente? Ó lá, ônibus lotado, lotado, lotado, gente." Reflexo da Paralisação e Crise Crônica A "greve-relâmpago", como foi classificada pelo sindicato dos trabalhadores, que protestavam contra o atraso no pagamento do adiantamento salarial por parte do Consórcio Guaicurus (empresa concessionária), deixou milhares de passageiros a pé e terminais vazios durante a manhã. Com a circulação retomada gradualmente a partir das 6h30, o resultado imediato foi a concentração de demanda, levando à lotação extrema dos veículos, conforme registrado no vídeo. Essa situação de superlotação e paralisação pontual por questões financeiras evidencia a crise crônica no sistema de transporte público de Campo Grande, marcada por impasses entre o Consórcio e a Prefeitura Municipal, que envolvem, segundo as partes, repasses financeiros e reajustes de tarifa. A população, mais uma vez, é a principal vítima, sofrendo com atrasos, falta de ônibus e condições precárias de viagem. O episódio desta quarta-feira (22) ressalta a urgência de soluções duradouras, cobrando mais transparência na gestão dos recursos e efetividade na fiscalização do serviço concedido para garantir um transporte público digno e eficiente para a Capital. O Sindicato dos Trabalhadores já ameaça uma paralisação total se a questão do pagamento não for resolvida, prenunciando mais transtornos para os próximos dias.